Camila é uma menina como
outra qualquer. Tem suas dúvidas e possui um jeito todo especial de ser. Sua
opinião sobre as coisas é muito peculiar. Não gosta do dia da faxina na sua
casa. Neste dia ela tem que ficar brincando no play. Eu também não gostava
quando tinha faxina na minha casa. Tiravam toda a minha bagunça do seu devido
lugar. Aliás, me identifiquei muito com o texto, lembrando um pouco da minha
infância. Toda criança tem umas ideias esquisitas sobre as coisas, implica com
alguns amigos que às vezes são legais, e às vezes não. Muda de ideia toda hora.
Não sabe bem o que quer ser quando crescer. O texto de Márcia do Canto, em
primeira pessoa, é uma conversa com o leitor. A menina fala sobre sua família,
seus amigos, sobre as coisas que gosta e não gosta. O modo como esta história
termina, quer dizer o livro, pois a história não parece terminar, é realmente
fantástico. A relação que Márcia descreve de seu personagem com um “avozinho”
que já faleceu, ainda revela mais afeto no texto. Aliás, o texto é puro
sentimento. E uma das frases do final do livro me marcou bastante, dita pelo
“avozinho”: “Quando eu tô sozinho, eu fico acompanhado das minhas histórias que
só existem quando eu penso nelas. Quando a gente deixa de pensar nas coisas que
viveu, nas pessoas que amou, elas vão sumindo do pensamento...Por isso velho
gosta de ficar quietinho no seu canto: pras histórias não virarem nuvens.”
Realmente, as pessoas mais velhas ficam mais quietas realmente, nunca pensei
neste contexto. Destaque para as belas ilustrações de Manoel Veiga, um
complemento ideal para a história. Conheça você também o mundo de Camila.
Nenhum comentário:
Postar um comentário